Cadernos do IPAC e o registro da memoria cultural da Bahia

     por Zé Ricardo Machado

     A cultura brasileira é imensamente plural. Mesmo recortando estado por estado, ainda sim, cada território geográfico mantém suas características fundamentais e manifestações artísticas muito próprias. Apesar disso é muito mais comum encontrar obras que condensem aspectos gerais do território brasileiro do que o registros das culturas locais. Na Bahia, estado que vive muito de sua cultura popular, e que a relaciona com diversas outras áreas como economia, educação e política, desde 2009 isso tem sido diferente.
     Considero a coleção Cadernos do IPAC como uma das grandes obras da cultura popular da Bahia e do Brasil. Ao todo (até 24/5/20) foram lançados nove livros, cada um abordando um bem cultural (material ou imaterial) que vai desde saberes ancestrais até movimentos culturais. O primeiro caderno, Pano da Costa, foi publicado em 2009 e o mais recente, Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix, foi lançado em 2015. Abaixo segue o resumo de cada um deles — extraído do site do IPAC. Para quem quer ter acesso ao material é possível fazer download direto do site do IPAC, (a maioria dos links funcionam), mas também é possível fazer diretamente clicando nos subtítulos abaixo.


Pano da Costa
Pano da Costa: A história e a tradição dos panos da costa – O livro reúne artigos de historiadores, sociólogos e especialistas do IPAC, além de artistas plásticos e artesãos, constituindo importante estudo sobre essa peça.




















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Boa Morte – uma irmandade e uma tradição. O livro apresenta um estudo sobre a Festa da Boa Morte, manifestação característica da religiosidade popular que acontece todos os anos na cidade de Cachoeira,Recôncavo Baiano.









Maragojipe – Uma das joias da bacia do Rio Paraguaçu – o livro tem como objetivo difundir, salvaguardar a memória e provocar reflexão sobre essa manifestação cultural que tem mais de 100 anos de existência.


















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Afoxé – uma manifestação herdada da África – o livro reúne artigos inéditos, documentos antigos, fotos, depoimentos e imagens de carnavais: um apanhado da história dessa importante manifestação cultural.




















Santa Bárbara – um estudo sobre Iansã – o livro conta os 300 anos de história da Festa de Santa Bárbara, cuja celebração acontece todo dia 04 de dezembro, com artigos inéditos sobre a santa católica e a deusa Yorubá Oyá.

















Vaqueiro – figura emblemática do sertão baiano – O livro retrata um dos ofícios mais importantes para o desbravamento e desenvolvimento da interiorização da Bahia, registrado como patrimônio cultural do Estado em 2011. Uma produção literária de cunho histórico e cultural, com texto de vários historiadores e antropólogos, que mostra o desenvolvimento da pecuária no sertão baiano, representações simbólicas e o cotidiano e o ofício dos vaqueiros.
















O caderno 7 apresenta um estudo sobre a manifestação religiosa na cidade de Santo Amaro, é o maior candomblé de rua e acontece naquela cidade  no dia 13 de maio, para comemorar a libertação do povo africano escravizado.





















O Caderno Conjunto Escola Parque – 8, o primeiro sobre patrimônio material da série de cadernos especiais do IPAC, retrata a conjunção do pensamento modernista na arquitetura, nas artes e na educação, no contexto da história da Bahia, com repercussão em âmbito nacional.



















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“O Caderno 9 – Terreiros de Candomblés de Cachoeira e São Félix, da coleção Cadernos do IPAC, tem como objetivo informar à sociedade os elementos que compõem estes bens culturais chancelados como Patrimônio Imaterial Baiano em 2014, sendo esta publicação uma ação de salvaguarda que prevê, entre outras, a divulgação e promoção dos bens que obtêm o reconhecimento oficial do Estado

   


Guia da Música Popular da Bahia link download


A música popular brasileira é criada por meio de publicações importantes de diversos autores e pesquisadores. Temos grandes referências de produções sobre esse tema, como trabalhos heroicamente desenvolvidos por José Ramos Tinhorão e Ricardo Cravo Albin. Uma questão que não identifica um instrumento, qual é, pode observar uma trajetória da música popular feita na Bahia e suas contribuições à música brasileira.

Entre leituras e cursos sobre o tema, percebemos que a Bahia está quase sempre relegada a um papel secundário, quase exclusivamente como cultura de entretenimento em massa, ou que não é verdade. A grande maioria dos trabalhos apresentados é um recorte de todo, que é imenso. Percebemos, em muitas obras, certo destaque a alguns artistas e movimentos definidos como “canções” da música popular feita na terra de “todos os santos”. Precisamos de uma obra que contemple, de forma global e mais ampla, uma música popular feita na Bahia.

Sim, esses canais fizeram muito, porém, não foram somente através de suas mãos que a história musical fez. Outros artistas, menos reconhecidos, empenharam-se nessa construção, mas, por algum motivo, foram suprimidos - talvez por nossa falta de memória, talvez por desinteressantes da indústria musical.

Até então, não existe um trabalho que cumpra essa “missão”: reunir em um só lugar, as referências do universo baiano, desde artistas consagrados a grandes talentos menos conhecidos e sem esquecer outros indicadores como lugares, obras, pesquisas e demais informações que nos ajudem a montar esse quebra-cabeças.

É daí que surge o Guia de Música Popular da Bahia, que objetiva colaborar para o fechamento de parte da lacuna existente em nossa memória musical. Dizemos parte, pois não nos propomos sanar em tais espaços - como referências são muitas e a história é longa. Além disso, a Bahia é muito rica em cultura e exige tempo e esforço descomunais para cumprir essa tarefa. Assim, apresentamos nosso Guia de Música Popular da Bahia, com a pretensão de levantar referências para outros trabalhos posteriores e servir como apoio a pesquisadores, dessa forma, também, como recuperar a memória de música feita na Bahia.

Desejamos servir ao leitor, aos apreciadores da música baiana, ao curioso e a todo o público que, se desejar, por qualquer motivo, conhecer um pouco mais sobre o tema.

Sá Róris



O multiartista Sá Róris, nasceu em Curuçã, cidade do interior da Bahia. Ilustrou e redigiu para o mítico jornal Fôia dos Rocero, mas se destacou mesmo na música. Compositor de valsas, sambas e músicas para o carnaval, teve suas composições gravadas por artistas como Carmen Miranda, Dircinha Batista, Aracy de Almeida, Nelson Gonçalves, entre tantos outros.

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia

Antonio Manoel do Espírito Santo




Representante da música instrumental da Bahia, Antonio Manoel de Castro é responsável por um dos maiores sucessos instrumentais dessa época a "Canção do Marinheiro" também conhecida como "Cisne Branco". Nascido na cidade de Maragogipe, conhecida pelo tradicional carnaval de máscaras, compôs sua primeira canção aos 15 anos e demonstrou que levava jeito para a música.

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia

Duque - Antonio Lopes de Amorim Diniz


Cartaz de uma de suas apresentações pelo mundo

Antonio Lopes de Amorim Diniz, mais conhecido como Duque do Maxixe era Dentista, mas o que lhe rendeu fama mesmo foi o talento artístico. Ator, dançarino magnífico e cantor expandiu sua fama pelo mundo. Foi um dos primeiros a gravar no moderno sistema de som da Odeon.

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia

Artur Castro Budd


Artur Castro Budd

Artur Castro Budd foi interprete de destaque da música popular brasileira, na década de 1910. Conquistou fãs dentro e fora do país, apresentando-se como interprete, mas também fez carreira como ator de teatro musicado. Motivado a apresentar um trabalho de qualidade cravou seu nome na história da música popular da Bahia!

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia

Baiano




Não dá para negar que a cidade de Santo Amaro da Purificação é um berço de grandes artistas. Entre os ilustres filhos da terra, está o cantor Baiano. Batizado como Manuel Pedro dos Santos, Baiano destacou-se por diversas questões. Entre os motivos que destacaram Baiano, está o fato de ter sido o primeiro cantor, de que se tem notícia, a gravar uma música em disco. É também detentor de outro título, o de ter sido o primeiro cantor a gravar um samba, "Pelo Telefone", do compositor Donga.

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia, 2018.

Tia Ciata



   A santoamarense Hilária Batista de Almeida ou, simplesmente, Tia Ciata, sem dúvida alguma, configurou-se como importante figura na propagação da cultura baiana para o Sudeste brasileiro. Guarda junto à fama de excelente quituteira, a importante consideração de ter sido também a responsável por levar o samba, sonoridade criada na Bahia, para fora do Estado. As rodas de samba realizadas em sua casa, assim como a acolhida à músicos em início de carreira e alguns bambas veteranos cariocas, marcou a expansão e consolidação definitiva do samba como original gênero musical brasileiro.

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia, 2018

Xisto Bahia




   Xisto Bahia é um multiartista baiano, nascido na cidade de Salvador, década de 1840. Apaixonado pelas artes, começou cedo o contato com a música, inclusive compondo algumas canções. Foi um dos maiores compositores de lundus e marchinhas nascido na Bahia. É de Xisto a primeira música gravada em disco a qual se tem registro, o lundu "Isto É Bom", na voz do cantor Baiano - pela gravadora Casa Edison, do Rio de Janeiro, sob o código de Zon-o-phone 100001, datada de 1902. Entre suas mais importantes composições estão justamente, a já citada "Isto É Bom", "A Mulata" e "Yayá, Você Quer Morrer?".

Fonte: Guia da Música Popular da Bahia, 2018

História da música popular da Bahia é contada em livro



Obra faz levantamento de importantes nomes que fazem e fizeram parte da construção da MPB da Bahia



   No ano de 2003 fomos surpreendidos com a publicação da obra O Livro de Ouro da Música Popular Brasileira, de Ricardo Cravo Albin. Nessa publicação o autor apresenta uma pesquisa que remonta, de maneira heroica, grande parte da história da música popular brasileira. Outro grande nome dedicado ao tema é José Ramos Tinhorão, um dos maiores nomes da história quando se fala em música popular brasileira. Inspirado pelo trabalho desses dois pesquisadores, um outro Ricardo oferece suas modestas contribuições, porém, no remonte da história da música popular da Bahia. Foi publicado hoje (23/04/2018), Dia Internacional do Livro, a obra Guia da Música Popular da Bahia, do pesquisador independente Zé Ricardo Machado.

   Foi em 2011, pouco antes da conclusão da sua graduação em Comunicação Social/ Jornalismo que surgiu a ideia de escrever sobre o tema, porém a pesquisa só teve início efetivamente no ano seguinte. Dedicando grande parte do seu tempo no levantamento de informações para montar parte do que ele chama de “quebra-cabeças historiográfico da MPB baiana”, Zé Ricardo Machado conta que conseguiu reunir cerca de 500 referências (a partir do século XVII) entre músicos, intérpretes, locais e movimentos musicais que fazem parte da história da MPB baiana.

   Para o autor a parte mais difícil foi a falta de algum “sistema” ou dispositivo onde se pudesse encontrar pelo menos o básico sobre esses nomes. Através de entrevistas, diálogos e do contato com discos, filmes, reportagens para TV, livros, artigos e matérias de jornais e revistas, Zé Ricardo Machado consegue guiar o leitor, quase que cronologicamente, pela história que remonta um importante aspecto da cultura baiana, a música. Por outro lado, o Guia da Música Popular da Bahia pode ser considerado o pontapé inicial para o desenvolvimento de outros projetos similares.

   O objetivo de Zé Ricardo é possibilitar que pesquisadores e curiosos possam conhecer um pouco mais sobre as consideráveis figuras, sejam elas conhecidas ou não, que compõem a história musical da Bahia e que colaboraram ou colaboram para a manutenção e renovação desse importante bem imaterial. A versão impressa do Guia da Música Popular da Bahia (Brasil, idioma português, 302 páginas) está inicialmente disponível pelo site americano da Amazon (www.amazon.com), com distribuição para Brasil, Estados Unidos e alguns países da Europa.

Serviço:
O que: Guia da Música Popular da Bahia
Autor: Zé Ricardo Machado
Onde encontrar: www.amazon.com
Preço: $11,00

André L. R. Mendes - Todas as Cores (2016)

por Ricardo Machado

André L. R. Mendes - Todas as Cores (2016)



Escutar André L.R. Mendes é sempre uma experiência incrível. O primeiro contato com o trabalho do músico, foi com SurfBudismo (2014). A partir daí, curioso em conhecer mais da sonoridade deste artista, fui fazendo uma viagem cronológica em seus trabalhos, que começou com Maria Bacana (1997). Navegando pelos mares e oceanos musicais do André, fiquei encantado com os tesouros que descobri.

Descobri André L. R. Mendes em 2014, enquanto pesquisava para o Guia de Música Popular da Bahia (a ser publicado em outubro de 2016). Na ocasião, li uma matéria do Jornal A Tarde sobre o lançamento de seu novo disco. Fiquei realmente feliz com tudo o que encontrei: um músico ousado em suas atitudes e em sua sonoridade ímpar - sim, o som é inconfundível! Em 2015, com Arquipélago, André mexe com as estruturas da produção musical baiana mostrando que é possível oferecer algo de qualidade cobrando pouco (acho que até "pouco demais").

Hoje, três anos após minha primeira experiencia e depois de me emocionar ouvindo "Casas" (2015), sou presenteado com uma nova aventura conduzida por André. Em Todas as Cores, o músico e produtor continua a nos conduzir por novos caminhos, novos oceanos. Os temas "marítimos", presentes desde 2011, ainda aparecem, mesmo que pouco, porém, a genialidade de André está lá; sua sonoridade distinta também está lá. Somam-se agora o desejo de transmitir uma mensagem ainda mais positiva e um trabalho com ainda mais qualidade.

"Vida" abre o novo disco e sugere uma reflexão sobre as questões comuns do dia a dia e também dos nossos relacionamentos. "Amsterdã", a minha favorita, trata das nossas dualidades, desejos e inconformismos. Em "Naufrágios", André mostra maturidade na letra e nos vocais e a "experiência que o tempo nos dá". No caso do músico, o tempo tem lhe trazido também sabedoria e maturidade profissional. "Naturalmente" talvez seja a música mais tocante do disco - por favor, não peçam para explicar porquê! Apesar de destacar estas quatro canções, é impossível selecionar algumas faixas apenas, o álbum é incrível e tão bom de ouvir que o desejo é de repetir novamente e novamente e novamente...

A inovação musical proposta por André L. R. Mendes se estendeu à produção e, agora, ele dá mais um passo. A forma de distribuição do trabalho continua independente, assim como nos álbuns anteriores, porém, ele não depende de nenhuma plataforma de música digital pra isso. Ineditamente, André conseguiu, junto à diretoria do Mercado Livre, a possibilidade de vender pelo site o download de seu trabalho. Assim, aos 40 anos, comemorados no último dia 15 de julho, nosso aventureiro abre mais uma possibilidade, mesmo que relativamente simples, para os músicos independentes, com certeza fará escola, dando novos tons e novas cores à música baiana.

Escute o disco aqui!
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3 Clássicos do Carnaval - Chame Gente


Clássicos do Carnaval da Bahia - Chame Gente


Fechando a lista de 3 clássicos do carnaval baiano, não poderia deixa de fora "Chame Gente". Faixa que faz parte do 11o disco do grupo, se destaca como uma das memoráveis composições de Moraes Moreira - dessa vez em parceria com Armandinho.

"Chame Gente" é daqueles frevos baianos compostos por Moraes, que fixam na cabeça do povo, seja pela letra que é por vezes poética e assim também ufanista, seja pelo ritmo endiabrado que não deixa ninguém ficar parado.

Faixa que dá título ao disco do qual faz parte, concorre com outras faixas mas, disparada, se destaca! Entre as vozes da versão original, que consta neste disco, está Armandinho, Moraes Moreira e participação especial de Caetano Veloso.

Chame Gente
(Moraes Moreira e Armandinho)

Ah! Imagina só que loucura essa mistura
Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia
De Todos os Santos, encantos e Axé,
Sagrado e profano, o baiano é carnaval

Do corredor da história, Vitória, Lapinha, Caminho de Areia
Pelas vias, pelas veias, escorre o sangue e o vinho, pelo mangue, Pelourinho
A pé ou de caminhão não pode faltar a fé, o carnaval vai passar
Na Sé ou no Campo-Grande somos os Filhos de Gandhi, de Dodô e Osmar

Por isso chame, chame, chame, chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
É um verdadeiro enxame, chame chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta

3 Clássicos do Carnaval da Bahia - Vida Boa

3 Clássicos do Carnaval da Bahia - Vida Boa



"Luar no mar vendo a canoa passear..." ... Quem não conhece essa frase do cancioneiro popular da Bahia?

"Vida Boa"é a segunda faixa do disco Folia Elétrica (1982), quando o grupo musical da família Macêdo já sustentavam a nova nomenclatura - Armandinho e o Trio Elétrico Dodô & Osmar - e, cronologicamente, também é o segundo dos três grandes clássicos do Carnaval da Bahia.

Assim como "Chão da Praça", "Vida Boa" também foi composta por Fausto Nilo, porém, dessa vez em parceria com Armandinho Macêdo. Gravada em Folia Elétrica pelo próprio Armandinho, "Vida Boa" tornou-se um hino da baianidade que, em suas entrelinhas retrata exatamente quem é o baiano: em resumo "um ser" que vive numa terra com influencia das águas e dela tira seu sustento e sua diversão, "um ser" que sonha com uma vida melhor e que sabe a importância de correr atrás para transformá-lo em realidade, que sabe valorizar as boas amizades e que sabe reconhecê-las em qualquer circunstancia, assim como não abre mão de viver seus amores da maneira mais dengosa possível.

Vida Boa
Armandinho e Fausto Nilo

Luar no mar
Vendo a canoa passear
E a vida boa passa
Do real que há, coração
Será que tá boa?

Na paz depois
Depois da paz
Eu quero paz
Aonde um sonho vai
Meu sonho vai
Meus sonhos vão

A parte quente
De repente tá na mão
Meu coração

Você que faz
A minha vida variar
Tá na luz que passar pelo ar
Passa também pelo seu olhar
Ai morena passa o que eu sonhar
Que mágica boa

Meu amor cadê você
Olê olê olá
Ei você olê olá

Olê olá que
Pra essa canoa não virar
E a vida boa na cabeça vadiar, coração
Será que tá boa?

Na paz depois
Depois da paz
Eu quero paz

Aonde você vai
Meu sonho vai
Meus sonhos vão
A parte quente que
Presente a sua mão
Meu coração

Você que faz a minha vida variar
Tá na luz que passa pelo ar
Passa também pelo meu olhar
Ai morena abraça se eu chorar
Que mágica doida

Meu amor cadê você
Olê Olê Olá
Ei você olê olá

3 Clássicos do Carnaval - Chão da Praça


3 Clássicos do Carnaval da Bahia
"Chão da Praça"



Sob o som do Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar, temos pelo menos 3 clássicos do carnaval da Bahia: "Chão da Praça", "Vida Boa" e "Chame Gente" - vamos relembrar?

Segue a letra:

Chão da Praça
(Moraes Moreira e Fausto Nilo)

Olhos negros cruéis, tentadores das multidões sem cantor
Olhos negros cruéis, tentadores das multidões sem cantor

Meu amor quem ficou nessa dança meu amor
Tem fé na dança
Nossa dor meu amor é que balança nossa dor
O chão da praça (2x)

Vê que já detonou som na praça
Porque já todo pranto rolou
Olhos negros cruéis, tentadores
Das multidões sem cantor
Olhos negros cruéis, tentadores
Das multidões sem cantor

Eu era menino, menino um beduíno com ouvido de mercador
Lá no oriente tem gente com olhar de lança na dança do meu amor (2x)

Tem que dançar a dança
Que a nossa dor balança o chão da praça (2x)


Meu amor quem ficou nessa dança meu amor
Tem fé na dança
Nossa dor meu amor é que balança nossa dor
O chão da praça (2x)

Vê que já detonou som na praça
Porque já todo pranto rolou
Olhos negros cruéis, tentadores
Das multidões sem cantor
Olhos negros cruéis, tentadores
Das multidões sem cantor

Eu era menino, menino um beduíno com ouvido de mercador
Lá no oriente tem gente com olhar de lança na dança do meu amor (2x)

Tem que dançar a dança
Que a nossa dor balança o chão da praça

"Chão da Praça"está no disco Ligação (1978) de Armandinho e o Trio Elétrico Dodô & Osmar.

Baiano - Manoel Pedro dos Santos (1870 - 1944)

Baiano - Manoel Pedro dos Santos

1870 - 1944




Se é para falar de primórdios, impossível não citar Bahiano (ou Baiano). Uma das figuras mais importantes da música brasileira Bahiano ou Manoel Pedro dos Santos, está ligado diretamente a importantes fatos de nossa história cultural.

Nascido na cidade de Santo Amaro da Purificação, em 05 de dezembro de 1870, Baiano é o dono da voz que registra a primeira obra gravada na história da música brasileira. Consta nos registros da antiga gravadora Casa Edison, sob o número de Zon-O-Phone 10.001, a gravação feita pelo artista para a música "Isto É Bom", lundu composto por outro baiano, Xisto Bahia, portanto foi feita por um baiano a gravação da primeira obra .

Entre as gravações feitas por Bahiano, encontramos ainda "Luar de Paquetá", "Papagaio Come Milho" e outro grande sucesso da época "Pelo Telefone" - este o primeiro samba a ser gravado com letra, em disco, na história da música brasileira.

> Antes da gravação de Baiano para "Pelo Telefone", a Banda Odeon havia gravado uma versão instrumental. 

Discografia (parcial):

1902 - Isto é Bom (Zon-O-Phone 10.001)
1902 - Bolin Bolacho (Zon-O-Phone 10.002)
1902 - A Pombinha Lulu
1909 - Os Colarinhos
1909 - O Taco
1903 - O Genro e a Sogra - música gravada com participação da Senhorita Consuelo
1904 - Cocorocó - música gravada com participação da Senhorita Consuelo
1912 - Os Mosquitos
1913 - A Viola Está Magoada
1916 - Pelo Telefone
1920 (década) - Papagaio Come Milho
1921 - Ai, Amor
1922 - Luar de Paquetá

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